Diário de bordo: Dubai 2 - Mesquita do Xeque Zayed

A imensidão de branco


No dia 11 de Novembro meti-me num autocarro com a minha irmã e partimos rumo a Abu Dhabi. Passaram duas horas até que chegássemos ao destino e depois outro tanto até avistarmos a famosa Sheikh Zayed Grand Mosque. Não sou religiosa e não tenho por hábito visitar igrejas, mas algumas ultrapassam em larga escala a questão religiosa. Muitas são verdadeiras obras arquitectónicas, monumentos que reflectem o melhor que o génio humano é capaz de conceber.

Ouro sobre azul
Não sei quanto tempo ficámos na mesquita, mas sei que não conseguia parar de olhar para todos os lados e de tirar fotos a tudo. É esmagadora. Quando se entra os olhos são imediatamente inundados por uma imensidão de branco. As cores da mesquita mudam consoante a luz e a hora do dia, mas é impossível dizer quando fica mais bonita.

Eu vestida com a abaya
Chegámos por volta das quatro da tarde e foi-nos pedido que vestíssemos uma abaya, uma vestimenta preta e comprida que é comum as mulheres usaram nos Emirados Árabes Unidos. Não só não compreendo esta questão de tapar o corpo, como se fosse algo pecaminoso, como passei a ter solidariedade pelas mulheres que andam tapadas o dia todo num sítio tão quente. É incómodo e abafado e quando me despi nem queria acreditar na sensação de liberdade. Mas ninguém me obrigou a visitar a mesquita e se queria fazê-lo tinha de respeitar as regras. E, de certa forma, até foi interessante passar por essa experiência.

O interior é igualmente magnífico
Se o exterior deslumbra e surpreende, o interior não fica nada atrás. Depois de nos descalçarmos percorremos o imenso tapete persa e perdemo-nos nos lindíssimos detalhes do tecto, das paredes, dos candeeiros. Posso dizer que quando entrei fiquei tão estupefacta que quase me vieram as lágrimas aos olhos, uma sensação semelhante à que tive quando entrei na Sagrada Família.

Um dos maiores lustres do mundo na sala de orações

Algumas curiosidades:
- É a oitava maior mesquista do mundo e tem capacidade para receber 40 mil pessoas. 
- Possui 82 abóbadas e mais de mil colunas e pátios cobertos de mármore branco, rodeados por piscinas.
- O seu interior é coberto pelo maior tapete persa do mundo, fabricado por mais de 1200 artesãos, e pesa 47 toneladas.
- Foi inaugurada em 2007 e nomeada em homenagem ao Xeque Zayed, fundador dos Emirados Árabes Unidos, que se encontra enterrado no exterior da mesquita.
- O sistema de iluminação nocturna reflecte as diferentes fases da lua.
- O salão de orações principal é dominado por um dos maiores lustres do mundo, com 15 metros de altura e 12 toneladas.

O pôr do sol na mesquita

Quem vai para o Dubai pouco tempo provavelmente não vai querer perder quatro horas num autocarro para ir a Abu Dhabi ver uma mesquita, o que é compreensível. No entanto posso dizer que esta merece plenamente uma visita. É diferente de tudo o que já tinha visto. É imensa, é bela. E honestamente não quero saber se é um monumento erigido a uma religião que não partilho. É muito mais do que isso. É cultura, é história, é arquitectura e isso não tem nada a ver com crenças. 

As luzes da mesquita ao anoitecer

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