Ah, as redes sociais. Todos conhecemos e todos usamos (tirando gente com
mais de cem anos, malta que é do contra só porque sim, ou quem vive num ermo).
Por isso decidi fazer uma série de posts com o que aprendi/acho de cada uma
delas (o do Instagram está aqui). Tirando o LinkedIn, claro (alô? quem é que usa essa merda mesmo?). Então
vamos começar pelo Pinterest. Em modo lista, tal como eu gosto. Uma gaja tem de
organizar bem as ideias.
O que aprendi com o Pinterest (se é que aprendi alguma coisa):
- Todas as roupas que
se vê no Pinterest, até aquelas peças tendência que nos fazem torcer o nariz ou
parecem mais ingratas, ficam bem às gajas. Porquê? Porque todas as raparigas,
sem excepção, que se vê por esta rede social são altas, magérrimas, têm cabelos
compridos e aparentemente sedosos, e nasceram com uma pele que já
vem com efeito Photoshop (isto também vale para as miúdas que aparecem no
Tumblr). Ensinaram-me que mais importante que a roupa, é quem a veste. Uma
pessoa até se pode vestir de couture da cabeça aos pés, mas se estiver mal amanhada, gorda, flácida, com umas
olheiras até ao chão e um cabelinho que mete dó, não há trapo nenhum que a faça
brilhar.
Evidência 1
- Toda as miúdas são
prendadas menos eu. Todas sabem fazer tranças XPTO, que vêm do cocuruto até
sabe-se lá onde e, que claro, a elas não lhes dá uma aparência obscenamente
ridícula e/ou infantil como a mim certamente daria. É por isso que nem tento.
Algo que se vê muito por lá é o DIY (vulgo do it yourself), que para mim é, basicamente, sine qua non de: perca o seu tempo a fazer uma
borrada para depois acabar por a meter onde pertence, ao lixo. Mas para estas
miúdas, que põem pins de DIY no Pinterest, isso não acontece. Onde é que elas
estão? É que nunca conheci ninguém na vida real que conseguisse transformar um
carrinho de linhas num Ferrari. Provavelmente ainda bem.
Evidência 2
- Paisagens de fazer cair o queixo, casas que fazem o Querido Mudei a Casa
parecer um programa de decoração feito por pessoas com necessidades especiais e
pessoas jovens (a.k.a supostamente POBRES!) em destinos maravilhosos e
festivais como o Glastonbury. Só me faz pensar duas coisas: a minha vida é uma
merda e a minha vida é, de facto, uma valente merda. Pergunta: o Pinterest
surgiu com o simples objectivo de aniquilar a auto-estima de uma tipa, certo?
Certo? Então porque é que eu, ciente disto, continuo a ir lá perder o meu
tempo? Mistérios insondáveis da minha personalidade bipolar.
Evidência 3
- Frases inspiradoras.
Bem, de algumas até gosto. Mas há outras de bradar aos céus. Que falam de
força, resiliência, superação, lutar contra obstáculos. Parece que consigo
ouvir o Miguel Gonçalves em surdina a mandar-nos vender pipocas. Soooo anoying! A profusão desse tipo de máximas foleiras não se fica só pelo Pinterest.
É uma praga que assola todas as redes sociais, sem excepção. Isso já ajuda a
explicar as vendas dos livros do Paulo Coelho, as mentes fraquinhas que,
aparentemente, se sentem melhor quando lêem conselhos de vão de escada.
"Toda a gente quer sinceridade, mas nem toda a gente aguenta ouvir a
verdade"SHUT THE FUCK UP!
Evidência 4
- Comidas maravilhosas.
Oh, basta uma passagem rápida pelo Pinterest para vermos pratos capazes de
seduzir até a anoréctica mais convicta. E muitos vêm com receita (nobody got
time for that). O que vale é que também há muitos pins a motivar para o fitness,
portanto a coisa fica ela por ela.
Evidência 5
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